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Se desse para fugir da estereotipização, fugiríamos. Mas a força do hábito e o trabalho pede para falarmos um pouco do público frequentador da boate gay.
Os travestis são pouquíssimos. Lésbicas também. O sujeito mais comum na boate gay é homem com média de idade entre 25 e 40 anos. Assumido ou não.

Enquanto batíamos fotos, pedíamos para que alguns sujeitos posassem especialmente para nós. Num desses pedidos, eu comecei a conversar com Edson. Um designer que esconde da sociedade a sua opção sexual por temer a discriminação.

Ele imagina que as pessoas sabem da escolha de ser homossexual. Porém, não assume “porque a partir daí as pessoas se acham no direito de criticar e falar mal”.
Inicialmente, Edson ficou preocupado quando soube que as fotos seriam publicadas. Por isso me chamou para ter certeza da maneira como esse trabalho seria feito. “Que legal que vocês estão fazendo um trabalho sério. Tem muita gente ignorante que pensa que gays são só prostitutas e drogados”. “Vocês têm que mostrar que a comunidade gay é muito mais que isso. É gente de bem, que trabalha e que é educada. Claro que há muita prostituta que é gay e um monte de drogados. Mas não é só isso. E a sociedade acha que é só isso”.

Edson não é casado, não tem filhos e um dia pretende assumir sua opção sexual, mas por enquanto ainda é cedo.

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